Um tema que tem sido discutido com certa frequência entre os especialistas em Gerenciamento de Projetos, diz respeito a figura do Gerente de Projeto (GP) e suas características.
Já escrevi neste espaço um texto onde compartilho o que acredito serem as principais habilidades de um GP. No texto de hoje, farei uma exploração listando seis (06) desafios que circundam a rotina do GP.
Utilizo o termo desafio, pois diariamente o GP enfrenta uma série de obstáculos para alcançar um resultado, isto é, a concretização de um projeto. Sendo assim, compartilho a seguir alguns desses desafios:
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Lidar com pressão: Projeto é e deve ser encarado como uma situação de tensão constante, afinal, gerar um empreendimento único com uma limitação de recursos é algo desconfortável. Sendo assim, administrar a pressão da equipe, do cliente e da empresa é um desafio constante e desgastante.
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Saber administrar conflitos: Conflitos surgirão de todas as partes e em diferentes momentos. Quando você menos esperar, o cliente reclamará de uma entrega intermediária do projeto ou ocorrerá um conflito entre os integrantes da equipe e, fica a encargo do GP a resolução de tais embates. Utilizar estratégias de quebras de pré-conceitos e criar diálogos pragmáticos e pautados em argumentos, são boas estratégias para minimizar as distorções de pensamentos que guiam, em geral, os conflitos.
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Lidar com egos e criar equipes: Ter a habilidade de liderar pessoas, construir equipes homogêneas com habilidades multidisciplinares e lidar com egos e vaidades, é algo que deve ser colocado como meta para qualquer GP. Todo ser humano possui características e expectativas distintas, no entanto, você como GP deve criar um ambiente onde exista transparência e integração.
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Saber dizer não de forma coerente: A habilidade de negar uma mudança de escopo ou adiantamento de prazo de entrega do projeto deve ser encarada como uma realidade para o GP e é preciso muito argumento para sustentar tal posição. Dizer não significa saber justificar que aquilo que está sendo solicitado é algo prejudicial para a visão do projeto, além disso, aceitar tudo o que surge durante o projeto, pode gerar um desequilíbrio no orçamento, na saúde física/mental da equipe e, principalmente, no resultado final.
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Motivar pessoas e ser uma referência pelas atitudes: Transformar a entrega do projeto em um propósito para a equipe e ter uma coerência entre o discurso e a prática, faz parte do que costumo chamar de “o estágio alfa de um GP”. Por que? É muito simples de entender e ao mesmo tempo complexo de se alcançar, afinal, neste estágio superior o GP conseguiu transformar as pessoas que estão a sua volta e, principalmente, se tornou um norte e o porto-seguro do projeto de forma natural e não impositiva em decorrência do cargo ou função. Você, leitor, já foi liderado por alguém assim?
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Saber encarar o erro como uma oportunidade de aprendizado: Erros devem receber a devida a atenção e seus efeitos devem ser sanados e, está neste ponto, a principal reflexão que faço sobre este desafio. O GP deve aprender com seus erros, com os erros dos outros (por isso a importância da busca por capacitação e construção de uma rede de relacionamento) e deve, sistematicamente, documentar as lições aprendidas para consultas futuras. Sendo assim, o GP deve encarar o erro como uma oportunidade de desenvolvimento e não como uma crítica pessoal (cuidado com o ego) ou algo que desmereça o trabalho que está sendo desenvolvido.
Interessou-se pelo assunto? Não deixe de interagir com as seguintes referências:
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Extensão Universitária: Gerência de Projetos – Práticas Alinhadas ao PMI
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Podcast: Desafios de um Projeto
E aí, o que achou? Até a próxima!